Uma excelente notícia para quem se interessa por mobilidade urbana, como pesquisadores, agentes do poder público ou gente que quer entender como recuperar os espaços públicos das cidades.
Acaba de ser lançado no Brasil o Guia Global de Desenho de Ruas, publicado pela editora Senac. Trata-se de uma tradução do original publicado em 2016 pela organização americana National Association of City Transportation Oficial. A entidade congrega 62 cidades dos Estados Unidos e é focada em ações de mobilidade urbana.
A obra traz uma nova percepção para o design de ruas considerando as atuais demandas em transporte, planejamento e desenho urbano. São 398 páginas que abordam desde a definição do que é uma rua até orientações precisas de como desenhá-las para acolher pessoas nas mais variadas condições.
Em linguagem direta e clara, são abordados tópicos como redes de pedestre e cicloviárias, infraestrutura para transporte coletivo, vias comerciais, infraestrutura verde, iluminação e tecnologia, e especificidades como desenho de cruzamentos e posicionamento de serviços subterrâneos.
O livro propõe diversas quebras de paradigmas, como a própria forma como as ruas são classificadas pelo mundo: “o guia se baseia no princípio de que as ruas são espaços públicos para pessoas tanto quanto corredores de locomoção”, diz um trecho. Dessa forma, propõe repensar conceitos que classificam as ruas pela sua capacidade de circulação de carros.
Um exemplo é o caso brasileiro: nosso código de trânsito classifica as vias urbanas como local, coletora, arterial e de trânsito rápido, ou seja, conforme o fluxo de carros circulantes – sem levar em conta pedestres e ciclistas. Para casos como esse, o livro sugere tratar as ruas por elementos como o contexto, as necessidades das pessoas que utilizam a via e as metas sociais como segurança pública, qualidade de vida, sustentabilidade ambiental e econômica.
Outro ponto interessante são os estudos de caso de 47 vias de diferentes cidades de países diversos que foram requalificadas. São apresentadas ações de acessibilidade universal (em particular para idosos e crianças), velocidades seguras, espaços para interações e encontros sociais, e atividades culturais e comerciais.
Um dos casos apresentados é a Fort Street, na cidade de Auckland, a maior da Nova Zelândia. Ela foi transformada em uma rua compartilhada, com áreas estendidas para atividades ao ar livre, remoção de todas as vagas de estacionamento, restrição de horários de carga e descarga. Como resultado houve um aumento de 54% no volume de pedestres e um aquecimento no comércio com acréscimo de 47% em gastos de consumidores.
Tendência Estapar
A Estapar está sempre conectada com as principais novidades do setor de Mobilidade Urbana. Só neste ano, a companhia participou de dois eventos importantes como o Mobility Day, da StartSe, e o WTM18, do Instituto Parar e apresentou dados estratégicos do segmento.