Que beber e dirigir é proibido, todo motorista sabe! Afinal, a ingestão de álcool aumenta muito o risco de acidentes. Mas remédios, que não costumam ser alvos de conscientização, também podem causar efeitos desastrosos no trânsito. É o que alerta a Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), que publicou uma diretriz sobre o assunto.
O documento resume dados de testes científicos e propostas para a mudança de condutas médicas, além de pedir alteração em rótulos numa lista de medicações que causam riscos à segurança do trânsito. Sãos os chamados Medicamentos Potencialmente Prejudiciais ao Condutor de Veículos Automotores (MPPCVA).
O pior é que muitos deles são facilmente encontrados em farmácias e não exigem receita - o que pode levar ao arriscado processo de automedicação. Os remédios com substâncias psicoativas são um dos focos e o objetivo da Abramet é conscientizar médicos e autoridades sobre a questão.
Mas os remédios psiquiátricos também são fonte de preocupação, tendo registrado um aumento considerável pós-pandemia. De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a venda de medicamentos para ansiedade aumentou 10% entre 2019 e 2022; o de sedativos do sono saltou 33%; e o de antidepressivos chegou a 34% de incremento.
Em 2009, a Abramet recomendou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a utilização de um ‘símbolo de alerta” para as embalagens dos medicamentos potencialmente prejudiciais aos motoristas. Mas até agora a sugestão não foi acatada. A Anvisa acredita que a consulta à bula já é suficiente. Vale ressaltar que o aviso nas caixas é usado em países como a Espanha e França.
E embora a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tenham posições que o consumo de remédios aumenta os fatores de risco de acidentes, ainda não há nenhuma legislação brasileira sobre o assunto. (segue)
Vale ressaltar que medicações como aspirina, paracetamol ou anti-inflamatórios (não esteróides) dificilmente causam efeitos nocivos aos motoristas. Confira a seguir a lista dos remédios potencialmente perigosos para que pega na direção.
Antidepressivos - Causam sonolência, hipotensão, tontura, diminuição do limiar convulsivo, prejuízo nas funções psicomotoras.
Anti-histamínicos - Sedação, aumento do tempo de reação e desempenho psicomotor prejudicado.
Benzodiazepínicos - Quase todos os domínios cognitivos do desempenho do condutor são afetados.
Hipnóticos - Sedação, lapsos de atenção, erros de rastreamento, diminuição do estado de alerta, instabilidade corporal.
Opiáceos - Sedação, diminuição do tempo de reação, reflexos e coordenação, déficit de atenção, constrição da pupila (miose) e diminuição da visão periférica.
Com muito orgulho, somos uma Empresa Laço Amarelo e apoiamos todas as ações por um trânsito mais seguro! E lembre-se: no trânsito escolha a vida!
Fonte: Revista Quatro Rodas