Levantamento revela ainda que maioria pretende adquirir automóvel por praticidade em vez de status
Uma vertente entre analistas de mercado vem, nos últimos tempos, colocando em xeque o desejo natural e verdadeiro de utilizar o automóvel como meio de locomoção tanto em cidades quanto para viajar. Há quem "decrete" que este meio de deslocamento já iniciou o seu declínio e, dentro de uma a duas décadas, já não atrairá em nada os mais jovens. Apesar de nem no exterior existir consenso, isso tem sido comentado também no Brasil depois que estatísticas apontaram uma queda na emissão de novas carteiras de habilitação.
Entretanto, há muito "achismo" sobre esse tema. Uma empresa de pesquisa presencial, a Spry, partiu para entender a fundo esse assunto por meio de um trabalho denominado Mobilidade através das gerações. Foram 1.798 entrevistas em 11 capitais brasileiras. Público-alvo dividido, seguindo critério de idade, em quatro gerações: BB (Baby Boomers), 56 anos ou mais, e as gerações X (36 a 55 anos), Y (26 a 35 anos) e Z (25 anos ou menos).
A pesquisa é longa e inclui diversas formas de as pessoas se deslocarem dentro das cidades: a pé, de bicicleta, carro particular, moto particular, táxi/aplicativo, ônibus e metrô/trem. Perfil dos entrevistados seguiu, em linhas gerais, a segmentação de gênero, escolaridade e renda das estatísticas do IBGE. Mas 60% dos participantes não possuíam carro.
Vantagens de cada meio de transporte estão relacionadas ao estilo de vida e ambiente nos quais estão inseridos os entrevistados. Não existe consenso sobre como será o futuro do automóvel, independentemente das gerações. As quatro (BM, X, Y e Z) somente concordam em um ponto: ele não se tornará um bem esquecido (apenas 3% citaram essa resposta).
Em entrevista exclusiva à Coluna, o diretor da Spry Pedro Facchini ressaltou que o automóvel representará 66% das preferências de deslocamento dos brasileiros no futuro por meio de posse ou compartilhamento (diferentes aplicativos, inclusive de caronas, e até taxis). Outras conclusões:
"Só 5% das pessoas responderam que por motivos ambientais deixariam hoje de adquirir um veículo; a maioria parou de comprar carros apenas pelos custos envolvidos e a queda de renda; um dos maiores empecilhos para a geração Z tem sido o processo de habilitação, bem mais longo e caro do que costumava ser há 30 ou 40 anos. Isso vem obrigando os mais jovens a adiar a obtenção da CNH. Quando conseguem a carteira, ainda têm a opção de apelar para os carros dos pais ou familiares", explica.
A pesquisa apontou claramente: 90% da geração Z pretende se habilitar e adquirir um automóvel à semelhança das três gerações mais velhas. Porém, de certo, será pela praticidade e conforto ao se deslocar. Não citam tanto entre os motivos o status como ocorria, muitas vezes, 50 anos atrás.
De fato, o processo de interação entre o jovem e o automóvel tem enfrentado alguma lentidão, menos por falta de interesse e mais em razão de limitações financeiras. Bem ao contrário do que se costuma apregoar que a juventude está "desligada" do automóvel. Nada como uma boa pesquisa para apontar falsas verdades hoje cristalizadas.
Fonte: UOL Carros – Coluna Fernando Calmon
Tendência Estapar
Diante desses estudos, a Estapar trabalha cada vez mais para atender seus clientes de longa data e também para receber os novos clientes que já pensam em ter um carro pela praticidade e conforto em se locomover dentro das cidades.